Por Natasha Travenisk Hoff
Entre os dias 13 e 16 de agosto, oceanógrafos, biólogos marinhos e todos os apaixonados pelas Ciências do Mar se reuniram em Itajaí (Santa Catarina - Brasil) para a realização do 20º Congresso Latino-Americano de Ciências do Mar e 8º Congresso Brasileiro de Oceanografia.
Foram mais de 2.400 inscritos e, é claro, que o Bate-Papo com Netuno não poderia ficar de fora: tivemos um pôster intitulado “O papel da Divulgação Científica no incentivo às oportunidades de trabalho nas Ciências do Mar”, no qual fui autora em parceria com a nossa editora Juliana Leonel. Neste trabalho, mostramos como a atuação do Bate-Papo com Netuno, enquanto plataforma de Divulgação Científica das Ciências do Mar, pode ir além da difusão do conhecimento científico, influenciando e acolhendo, principalmente as mulheres, nas suas escolhas profissionais. Como a vida acadêmica também é a escolha de muitas/os estudiosos do mar, ressaltamos a importância da Rede de Compartilhamento de Experiências na Pós-Graduação.
Nossa editora, Natasha T. Hoff, na apresentação do pôster "O papel da divulgação científica no incentivo às oportunidades de trabalho nas Ciências do Mar". Foto cedida por Natasha T. Hoff com licença CC BY NC-ND.
Aproveitamos o evento, ainda, para reunir nossas integrantes Carla Elliff, Luiza Soares e eu, Natasha Hoff! Pode parecer simples, mas a equipe do Bate-papo com Netuno divide-se entre cinco estados brasileiros e um encontro entre os membros da equipe é raro.
Luiza Soares, Natasha T. Hoff e Carla Elliff, editoras do BPCN, no evento. Foto cedida por Natasha T. Hoff com licença CC BY NC-ND.
O evento contou com uma parte cultural muito bacana, com a presença de artesãos e apresentações, como a do grupo “Tartaruga-de-mamão”, projeto de extensão do IFSC campus Itajaí que trabalha o tema da preservação marinha usando personagem da cultura catarinense (como o Boi de Mamão), e que encantou o público de todas as idades!
Mas duas coisas chamaram atenção no evento… A primeira diz respeito à participação das mulheres. Logo na cerimônia de abertura, ficou clara a falta de representatividade feminina: uma mesa composta por nove homens e apenas UMA mulher. Um detalhe é que a maioria das pessoas presentes, participantes do evento, eram mulheres. Irônico, não?! Quando questionado no instagram do evento, eles disseram que “tinha uma mulher”.
Como se não bastasse a baixa diversidade na mesa de abertura, ao chamar a única mulher ali presente para fazer sua fala, trocaram seu nome pelo nome de um homem na mesma instituição. Ela, com todo jogo de cintura possível para manter o decoro, respondeu ao ocorrido com algo próximo a “é tão incomum chamar mulheres para compor essas mesas que até trocam os nomes na hora, né?!”. Ovacionada pelo público presente!
Confesso que isso ficou martelando em minha cabeça e decidi fazer uma estatística básica sobre os convidados (palestrantes e ministrantes) e pasmem: mais de 70% deles eram homens! E isso sem considerar os simpósios temáticos… Esse desequilíbrio fala muito sobre a invisibilização de mulheres nas ciências, a dificuldade de mulheres alcançarem (e se manterem) em cargos de liderança, a necessidade de superar essa deficiência nos nossos eventos científicos e de combater o machismo estrutural no ambiente de trabalho.
O segundo ponto que me chamou a atenção foi a quantidade de famílias com crianças andando pelo evento. Achei muito legal de ver, mas o fato é que, se havia os dois responsáveis presentes, é mais provável que se revezaram para assistir alguma palestra enquanto o outro cuidava da cria. Triste realidade para eventos de tamanha relevância, mas que que ainda não entenderam a necessidade de oferecer “Espaço Kids”, como foi feito na Semana Nacional de Oceanografia de 2023.
Há alguns anos, isso talvez não fosse notado ou questionado, mas, queridos organizadores, o mundo está mudando! Demorou, mas esse momento chegou… esperamos ver maior equidade nos próximos eventos oceanográficos, que também considerem as necessidades das famílias e cuidadores solo!
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