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Descomplicando o Mangue de Pedra

Atualizado: há 5 dias


Recentemente, fiz uma viagem para Búzios (RJ) e, para minha surpresa, enquanto procurava por passeios, deparei-me com uma opção chamada "Mangue de Pedra". Como nunca tinha ouvido falar desse termo, recorri ao "pai dos burros moderno", também conhecido como Google, para descobrir um ambiente costeiro muito peculiar. 



Fiquei surpresa ao perceber que, apesar de ser mestre e doutora em Oceanografia, nunca tinha ouvido falar desse ambiente singular. Decidi, então, perguntar a alguns colegas da área se sabiam o que era o Mangue de Pedra. Para minha surpresa, apenas duas pessoas souberam responder, e não foi porque aprenderam em seus cursos de graduação ou pós-graduação, mas sim porque também já tinham visitado Búzios. Fiquei ainda mais espantada ao descobrir que até colegas formados no Rio de Janeiro não conheciam esse termo, o que me motivou a escrever este texto.


Um manguezal, por si só, já é extremamente importante ecologicamente e economicamente. Eles geralmente se formam em áreas mais abrigadas, desenvolvendo-se sobre solo lamoso e nas desembocaduras de rios (nós temos um post descomplicando manguezais, que você pode acessar depois de ler esse texto, então serei sucinta aqui). Já no Mangue de Pedra, as árvores típicas de um manguezal crescem em um substrato formado por cascalho e areia grossa, e não há rios que descarregam água doce. A água doce que abastece o Mangue de Pedra e permite o crescimento da vegetação típica é subterrânea, proveniente da infiltração das chuvas, que afloram na região costeira.



Naturalmente, visitei o local e me deparei com um ambiente ímpar, porém pouco sinalizado e protegido. 



Essa experiência me mostrou a importância de divulgar a existência desses ecossistemas únicos e de promover a conservação de nossos ambientes naturais. É crucial que estudos  sobre o Mangue de Pedra sejam realizados e difundidos, assim como outros tesouros escondidos de nossa biodiversidade, para que possamos  valorizá-los e protegê-los adequadamente.



Vamos juntos valorizar e proteger nossas jóias naturais. Você já conhecia o Mangue de Pedra? Deixe seu comentário e compartilhe essa descoberta!




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Sobre a autora


Formada em ciências biológicas pela UFLA, mestre e doutora em oceanografia pela USP, com dupla-titulação com a UMassD. Especializou-se em Gestão Ambiental pelo SENAC e realizou dois pós-doutorados, um no INPE e outro na UFRJ. É sócia e diretora científica na Infinito Mare, fundadora e editora-chefe do Bate-Papo com Netuno e membra convidada do Comitê de Assessoramento da Década do Oceano no Brasil. 


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