Até a Segunda Guerra Mundial acreditava-se que o assoalho oceânico (ou seja, o fundo marinho) fosse plano e sem nenhuma característica marcante. Porém, após a guerra, uma nova tecnologia, a ecossondagem, permitiu que os pesquisadores começassem a explorar e mapear o fundo oceânico.
Na ecossondagem, um transmissor de som, montado na parte inferior de uma embarcação, envia um pulso sonoro para dentro da água. Este pulso é refletido pelo fundo e volta para a superfície do mar, onde é gravado por um dispositivo de escuta chamado hidrofone.
A profundidade da água é igual à metade do tempo de viagem do pulso sonoro (pois o tempo de viagem total considera o tempo gasto na ida e na volta), multiplicada pela velocidade do som na água (como quando calculamos a distância que percorremos em um carro quando sabemos a velocidade do veículo e o tempo que demoramos no percurso).
O que foi descoberto com a medição da profundidade dos oceanos (a batimetria) é que, assim como a topografia dos terrenos montanhosos que conhecemos, o assoalho oceânico também é irregular. Assim, de um modo geral, a batimetria dos oceanos pode ser subdividida em três grandes áreas: margens continentais, bacias oceânicas e cordilheiras meso-oceânicas, que descrevo a seguir.
Margens Continentais
Para entender o que são margens continentais basta imaginar que as bacias oceânicas estão cheias demais de água, transbordando e inundando as margens dos continentes. Nos pontos de alagamento das bordas continentais (como as bordas de uma piscina), sedimentos erodidos dos continentes e transportados para a costa por rios e geleiras se acumulam e são moldados por processos oceânicos em uma vasta e espessa cunha sedimentar (depósito de sedimentos localizado acima de outro depósito): as margens continentais. Essa província oceanográfica é ainda dividida em três partes: 1) plataformas continentais - planícies “quase retas” com aproximadamente 60 km de largura; elas se iniciam nas bordas dos continentes e terminam em seu lado oceânico na quebra da plataforma, onde a inclinação do fundo do mar se acentua drasticamente; ocorrem geralmente a 130 m de profundidade; 2) talude continental - ocorre após a quebra da plataforma, apresentando um declive ainda mais acentuado; 3) elevação (ou sopé) continental - vasta planície submarina de sedimentos que ocorre na base de muitos taludes, quando a inclinação do fundo do oceano é reduzida.
Bacias oceanográficas
Já as bacias oceanográficas se encontram além das margens continentais, e apresentam topografia variada, desde planícies até elevados picos montanhosos. Em cada bacia oceanográfica é possível encontrar as seguintes feições: 1) planícies abissais - áreas mais planas da Terra, encontradas em profundidades de 3 a 5 km; 2) colinas abissais - domos ou colinas alongadas, com alturas inferiores a 1000 m e largura variando entre 100 m a 100 km; 3) montes submarinos - muitos são vulcões ativos ou não, com topos cônicos e encostas íngremes que chegam a mais de 1000 m acima do assoalho marinho, mas não alcançam ou ultrapassam a superfície do oceano; 4) fossas oceânicas (ou abissais) - correspondem às regiões mais profundas da Terra. São relativamente íngremes, longas, com depressões estreitas, algumas são de 3 a 5 km mais profundas do que o assoalho oceânico ao redor.
Cordilheiras meso-oceânicas
Por fim, as cordilheiras meso-oceânicas são cadeias de montanhas submarinas conectadas uma a outra, representando o mais longo e mais contínuo cinturão de montanhas do mundo, estendendo-se por mais de 60.000 km. Elas são geologicamente ativas, caracterizadas por frequentes terremotos, muitas falhas e vulcanismo.
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Fonte:
Pinet, P.R. 2014. Invitation To Oceanography. 7a edição. Jones & Bartlett Learning. 662 p.
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